sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nasci pra ser selvagem


Estava Andréia andando pelas ruas ao redor do prédio onde trabalha, a manhã foi difícil, cheia de buchas para serem resolvidas e resultados exigidos da sua performance; a internet não ajudava, os telefones não atendiam, os links de ajuda não ajudavam e ninguém reconhecia seu esforço. Após muito esforço ela consegue finalizar tudo e sai pra fazer sua sagrada hora de almoço. Recolhe a carteira, pega seu celular pra qualquer contato inconveniente que queira ligar e estragar sua hora de silêncio, leva o livro e sai. Era um dia frio, conveniente para uma boa reflexão sobre sua vida, isso para ela não estava sendo lá uma atividade tão feliz, pois a entristecia lembrar que nunca mais foi às aulas de ioga, tinha largado o teatro, não tinha muito tempo para o namorado, sentía saudade dos amigos, teve comprar outro celular pois aquele fora roubado por uma das falhas da segurança nacional e perdeu sua agenda, conseguindo só recuperar alguns telefones. Bateu-lhe um imenso vazio, monotonia, era jovem, não podería continuar assim! Abría diariamente e-mails sobre o "aproveite a vida, faça tudo hoje pois amanhã não se sabe", vía seus pais que raramente víam seus amigos e não desejava que tudo fosse assim.
Continuando a caminhar, se aproximava de uma rua de duas mãos, muito difícil de se atravessar, ela sempre pensava, "quem fez essa rua assim é um louco serial killer que não pensa em pedestres e deve ter um Sedan e dirigir de 80 à 200km/h no mínimo, pra sair matando.!", era realmente um terror. Logo do outro lado da rua ela vê uma mulher adulta, alta, cabelos e corpo perfeitos, linda de morrer, hospedava em sua ouvido um celular com que conversava com alguém calorosamente e tinha um garoto que agarrava sua mão, um doce de criança, abraçava a mão da mãe e a observava com o celular com um grande carinho, mas triste por ela não dar atenção a ele que era seu filho. Mandando salvas a ela e ela sorria um sorriso amarelo e voltava a conversar.
Até que ele não agüentou aquela situação, fiquei observando e senti que ele ía começar a chorar, fiquei aflita, afinal se ele saísse correndo podería ser atropelado. E como pensei, ele chorou, chorou um choro de profunda tristeza e abandono após ter levado um puxão de sua mãe pra que ele parasse pois a estava atrapalhando.
Começou a molhar os asfalto com suas lágrimas de criança e correu, nesse exato momento vinha o Sedan da esquerda e que estava à mais ou menos uns 60km/h. Na hora ela sentiu o seu coração pulsar impulsivo! Sentiu a dor que aquela mãe passaría por ver seu filho morto no meio da rua, a roda pegando seu corpo frágil e seu dia acabar naquele segundo, sua alma apodrecer se ela não fizesse nada e correu. Correu o mais que pôde! Pegou-o nos braços e se jogaram na calçada, o abraçou forte! Nesse momento, sentiu que ele estava parado, parado demais. Enconstou seu ouvido no coração dele, "ele teve uma parada cardíaca", sua mãe disse, "ele tem problema de coração". Vi que ele precisava de socorro ali e agora, senão ía morrer. A mulher ligou pra emergência, Andréia, enquanto isso, lembrava de todas as lições do curso de enfermagem que tinha feito. Aplicou uma respiração boca a boca pra tentar reanimá-lo. Fez, com pausas e massagens no peito, fê-lo cheirar álcool e conseguiu! Ele começou os primeiros movimentos, sua mãe emocionada aproximou-se e disse que o amava, prometeu nunca mais cometer aquele erro e disse o quanto ele era importante pra ela. Andréia diz a ele pra não fechar os olhos, para não dormir, citou palavras reconfortantes, pra que não se assustasse. A ambulância chegou, ele foi resgatado. Desejou boa sorte para a mãe, disse a ela que tudo iria dar certo, ela me abraçou forte e me agradeceu com lágrimas nos olhos.
Permaneceu inerte alí por uns 10 minutos, ainda muito mechida com tudo aquilo, logo continuou caminhando. Chegou ao restaurante, sentou e bebeu um suco, trêmula, mas feliz, feliz por saber que ele iria sobreviver, começou a relembrar os fatos tentando desvendar o que sentiu naquele momento em que o viu voltando à vida, era uma força que se traduzía na felicidade de tê-lo salvo. Dele poder ter mais uma chance com sua mãe. Agradece à Deus até hoje por tê-la posto alí, naquele momento, para que ela pudesse salvá-lo.
Naquele dia, em casa, repensava sua vida, sem se frustrar. Descobriu então a medíocridade que vivía, trabalhava sem paixão nem admiração do que fazia, não sentía à muito tempo uma emoção forte, algo que superasse suas limitações, que a ponha a prova, algo vivo! Que a faça completamente nervosa ou completamente feliz! Lembrou de sua infância, lembrou do curso de enfermagem que fez e que adorou, mas por nunca ter conseguido feito nada na área da medicina, desanimou. Releu seus livros, que, sempre interessantes, sobre cardiologia e decidiu.
No dia seguinte se inscreveu num vestibular pra faculdade de medicina e passou em 10ºlugar. Assim que conseguiu um estágio remunerado na área de cardiologia largou o seu emprego na empresa onde trabalhava.
Hoje Andréia é doutora em cardiologia, feliz e realizada, cheia de pacientes, um deles é Ricardo, um garoto de 08 anos que sofre de sopro no coração e que faz seus exames de rotina, seguindo à risca as ordens de Andréia, a mulher que um dia salvou a sua vida.


Manuela Ramos


"Você ainda está vivo! Carpe diem!"

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