sábado, 1 de dezembro de 2012

Uma porta para Berta

Para Berta há somente uma possibilidade: aquela em que as coisas acontecem. Se elas darão certo ou não, bom, é esperto da parte dela lavar as mãos quanto a isso, não tinha capacidade nenhuma para ser responsável pelo certo ou pelo errado, e quem no mundo tem? 
Berta quer uma solução para seus problemas naquele dia em que não se põe o pé para fora de casa. Ora Berta, e quem não quer a solução das coisas? O mundo te dará problemas e prazeres, quem vai instituir o ponto neutro das coisas é você. Mas quem quer um ponto neutro em plenos 20 anos? Ai Berta... Como você é complicada... O que você quer?
Berta não fala nada, fica olhando meu rosto, procura em sua mente alguma frase famosa de Neruda, de Vinícius, de Bandeira, algo impactante! Que a salvasse! Que mostrasse ao mundo que ela não é boba, que ela sabe o que ela quer e que é capaz de embasbacar qualquer um! Mas naquele momento, ela se sentia um original peso para papel:

- Uma coisa eu te afirmo, outro dia como o de hoje, é o que eu não quero.