sexta-feira, 18 de julho de 2008

Enquanto isso, um milk shake

Sei perfeitamente o que ela vai fazer quando sair dalí. Ela vai sair correndo pro Bob's comprar um milk shake, o tamanho vai depender da dimensão do seu ego; se só tiver com vontade vai ser pequeno, pois é consciente e acompanha o regime, mas às vezes escapa um pouquinho, se tiver com cara feia segura, vai ser médio; agora, se tiver chorando, vai ser do grande mas com certeza! Por que ela precisa disso? Eu vivo aqui me perguntando... Ela enriquece o Bob's de um modo! É sempre o mesmo carinha que a atende, ele a conhece como a um confidente que só ouve, só obedece, como um cachorro leal. Ela pede um ovomaltine do grande soluçando e enquanto ele faz ela narra a história de seu suicídio. Ele ouve e vê o olhar triste dela como se assistisse o desperdício de um raro tesouro, o coração daquela bela mulher se destroçando.
E assim é a rotina, ele chega abre a loja e ela é a 1ª cliente, no meio da tarde ela surge e quebra o marasmo, por 05 segundos ele vê seus saltos tilintando no chão, ela correndo pra se preparar pro final de semana. Ele se sente culpado por fazer da tristeza dela a sua alegria. Mas olhar aquela doce pessoa chorar é cometer um dos maiores pecados, é um sacrilégio, fazê-la chorar devía ser motivo de cadeia. A tarde podería ser o infinito da sua presença. E se ele tivesse o ímpeto, a súbita idéia de puxar um assunto? De dar-lhe um conselho? Talvez não o ouvisse, talvez conseguisse... Mas enquanto isso, seu coração vai sendo magoado e ele faz deliciosos milk shakes pra ela, sua única forma palpável de fazer aquele sonho não ter fim e de deixar a mulher de sua vida feliz.

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