segunda-feira, 22 de março de 2010

E agora eu estou como a água...

Há dias na vida que você se sente como a água. Você não tem formas, você não tem cor, você não tem sabor, você só tem a boca que te engole e o recipiente. Ali sim você tem forma, a forma que o outro é.
É assim, amar alguém é ser como a água, ser neutro e se formar à base do recipiente, do que recepciona você com seus problemas, casos e dores.
É triste, ver alguém que se ama triste, é ser água e pegar a forma do outro. Se esses abalos sísmicos te bate sempre, deveria haver um “0800” pra falar direto com a felicidade, pedindo urgência em seu comparecimento. Mas o que é um homem sem suas questões profundas? Ou, as questões que ninguém repara? Não é uma tentativa forçosa de reflexão, é uma tentativa forçosa de reflexão.
Disse a uma amiga que ela era muito boa pra fulano, disse a ela que havia uma vida inteira pela frente, pra errarmos, consertarmos e pararmos com aquele erro. Essa mesma amiga, ironicamente, faleceu 3 meses depois. Eu, como água, morri também de certo modo. “Eu olhei pra cara da morte e ela tava viva.” Quem cantou isso, sabe muito bem em quem pôr a culpa... Sem muitas lamúrias, meu rio hoje não quer se formar a nada.
E como uma boa bipolaridade, ou tão divertida quanto, abraços pra quem fica, bateu saudade de quem se foi... E mais uma vez alguém se foi...