terça-feira, 30 de setembro de 2008

Os Contos que os Anos contam.

Durante todos esses anos um certo desejo impertinente é o de voltar a ser criança. Aquela vida de todo dia ser um dia novo. A sensação boa, imaginem só, acordar a primeira vez no berço e descobrir que há dias depois das noites e que se descansa depois de um dia inteiro sem saber fazer o quê.
A primeira palavra de várias, o primeiro contato, a roupa suja, o dente que dói ao nascer, os risos e as surpresas que damos em nossos pais por sempre fazermos aquilo que eles não esperam que façamos.
Quando criança a gente vive, não se têm memórias, é uma total folha branca, uma infinita descoberta, no ímpeto da curiosidade, no nirvana das cócegas, os amigos de estimação que nos acompanham, o corre-corre, os tombos, as balas mastigáveis, os horários sempre cumpridos, os desenhos que fazemos, as amizades que se cumprem pra vida inteira.
Nós aprendemos a ler, pra quando adultos interpretarmos escritos, cientes disso procurarmos as verdades de um assunto pra não crescer arrancando da gente a criança sincera e feita de vida, vida aquela que quando crescida vira madeira; onde qualquer um que nos “bique” com a boca afiada nos machuca, e amadurecemos com alguns pequenos buracos.
Nos tempos de hoje as crianças são adolescentes, os adolescentes são adultos, os adultos são idosos e idosos são pessoas que se tornam novamente crianças, precisando de cuidados essenciais pra sua sobrevivência pelas constantes “arrancadas” que dão às suas idades, pela necessidade de ter sempre idade a mais a que tem.
Por essas e outras, alimentemos pois a criança que não morre na gente, é só ela que vence nas horas de fraqueza da vida, ela sempre imortal nas suas atitudes.
Durma criança nossa, durma que amanhã é você quem ganha minha falta, minha luta, meu termo do meio, minha maior dificuldade.

2 comentários:

Nathalia Lima disse...

Tava pensando nisso hj, qdo vi uma criança por volta dos 9 anos falando da sua "ficante"... ¬¬
Pra falar a verdade as vezes me perco na minha idade tbm. Nem acredito que eu só tenho a idade que tenho.
Mas pensando bem, a gnt nao tem culpa de nada.
A gente nasceu na época errada...
=(

Manuela Ramos disse...

A realidade é essa, nascemos na época certa, vivemos conforme a nossa idade porém pensamos num futuro, queremos construir não só consumir.
As famílias deveríam conversar mais sobre os valores, o que a gente carrega pra vida deve ser leve.

Beijas e pensamentos ;)