sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Arte do Centro

Era dezembro de 2008, uma chuva intensa na Paulista, que o guarda-chuva não aguentava mais, meus pés encharcados, nem sombra dos comerciantes, pessoas se alojavam debaixo de toldos e eu cansada, à procura de um presente de natal, foi quando meus olhos encontraram uma galeria, ao entrar me deparo com vários Café's, cabelereiros, papelarias, vou andando mais, com o guarda-chuva caindo em uma das mãos, molhando os caminhos por onde passava, de repente um corredor vazio de pessoas, apenas lojas, vou andando e ouço uma voz, longe e baixa:



"Ei, você, gosta de poesias?"



O nome dele é Antônio Luiz Júnior, cabelos brancos e compridos, barba branca até o início do pescoço e bigode, na faixa de uns 55 a 60 anos; levava consigo vários folhetos e uma bolsa preta que parecía estar um pouco vazia, sua blusa branca de tecido confortável, sapatos gastos e calça escura e esgarçada dava-lhe ares de uma humildade transpassada.



"Sim"



Ele me acenou e fuiem direção a ele, os folhetos de umas 8 páginas cada eram poesias, um artista sem chance, afinal era um homem com dons artísticono mundo dos negócios. Contei a ele que também escrevia e ele me deu seu e-mail, anotei e comprei um de seus livros, cinco reais, talvez fosse o único dinheiro que conseguira naquela tarde chuvosa e vazia.

Quanto ao e-mail, perdi o papel, mas voltei pra casa lendo seu livrinho, molhada com o presente que fui encontrar só na República.
Não voltei mais àquela galeria, até porque não lembro mais o caminho, as poesias são boas e na contra capa um agradecimento:

"Ao público do MASP Espaço Unibanco do Cinema Teatro Augusta."
Realmente não sei se estava neste lugar mesmo, ele parecía ser nômade e como disse a chuva estava forte, embaçando tudo.
Quero homenageá-lo pela coragem e persistência, que não sabemos de sua história, e estava ali, naquela tarde vazia e molhada, vivendo dos sentimentos que escreve de um amor que não teve.
"Então eu estou aqui
e você também
me permita ser o seu espelho esta noite
e cantar em mim o teu encanto
tua estranheza e teu espanto
como quem sabe no fundo
que não há distância neste mundo
pois somos uma só alma
me permita ser esta noite
a voz que te encanta e se encanta de ti
que te faz sentir e parar
como quem volta pra casa
e resolve se amar."
Do livro "Poemas Inéditos por Antônio Luiz Júnior"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Nata

Há tantas coisas na vida que podiam me tirar do sério... Uma ofença, uma agressão, o Kassab nas páginas do jornais, enfim, várias !
Eu não gosto de estar caminhando, tropeçar, machucar o pé. Mas mantenho a calma e sigo meu caminho. Acontece. Não gosto de ter que ir buscar café pro chefe, faço. Mas sem prazer nenhum naquilo. Não gosto quando estou escrevendo alguma coisa e a Mariah Carey começa a cantar bem do meu lado, quando ela joga aqueles agudos estridentes dela, então, uh !
Não gosto quando o telefone toca e eu estou tomando banho. Porque eu fico curiosa pra saber quem é e saio pra atender. E se for telemarketing, então ? Nossa ! Enfim, há inumeras coisas que podiam me descontrolar, mas nada se compara a Nata do Leite. Hoje eu vim aqui pra falar da indesejável nata no meu, no seu, no nosso leite !
Imagina só, vc com maior vontade de tomar um cafézinho com leitinho à tarde e chega o copeiro bem na hora, com aquele ar cheio de graça, simpatia e bom humor (se não for o Soares, claro) e te oferece um delicioso café com leite. Vc aceita, acreditando que vai beber o melhor café com leite da tua vida porque está com vontade... Da cor que vc pediu, ele chegou ! Já separa uma bolachinha, se prepara e dá um gole, dois, três. Eis que surge a indesejada. A nata. Ai.
Aquele pedacinho de não sei o que, molinho. Por quê ?
Aí eu resolvi saber como a nata se forma e porquê.

Nata
A nata ou creme de leite é a camada gordurosa do leite que se forma à superfície.
No leite fresco em repouso, a porção gorda, mais leve que a água, forma uma camada de nata à superfície, que pode ser removida para uso posterior; esta nata tem apenas 30% da gordura do leite. Nos países industrializados, no entanto, a nata é extraída do leite por centrifugação e depois tratada termicamente para se conservar mais tempo.
Uma das formas mais conhecidas de utilizar a nata é batendo-a para lhe incorporar ar, tornando-se assim uma fina espuma que se pode misturar ao café no cappuccino, mas geralmente se mistura com açúcar muito fino, para formar o creme chantili.
Outra forma usual é adicionar nata a um molho de cozinhar carne, como no bife à Marrare ou, junto com cogumelos, no estrogonofe.
A nata pode também ser fermentada para formar a nata ou creme azedo (sour cream), utilizado em algumas comidas dos Estados Unidos da América e também no borsch e nos pelménie da culinária da Rússia, Ucrânia e vizinhos. Uma outra fermentação produz uma espécie de queijo, por vezes chamado "queijo-creme".

A nata é uma coisa da vida... Não bem-vinda, mas vai eu fazer o quê ?
Odeio nata.